Monday, March 26, 2007

fin;

[...] ‘a brisa agora leva as cinzas, carrega consigo parte de nossa breve história, agora com um leve odor de meia volta.
‘esperando ainda o telefone tocar, uma notícia de boas vindas, que chegarás esta tarde, carregando um pedaço de uma delas, que veio com perfume de flores, trazida pelo vento, não esquecida, agora me beije, faça eterno; momento.

inicio, meio e;

‘lá estava registrado. todos aqueles momentos que talvez eu mesmo não me permitisse esquecer, todos os olhares que eu não ousei trocar, todas as falas que eu não ousei dizer.
‘tocadas por minhas lágrimas, prisioneiras de minhas confissões, borradas pelo pranto, secadas pelos olhos e levadas pelo vento.
‘nelas estavam, cada instante, ansiedade à sua espera, cada momento de saudade, meras palavras deixadas como prova de minha angustia, prova de meu martírio.
‘porém hoje, já não me permito mais, foram tomadas pelo fogo, suscitado por seu doce perfume, trezentos e sessenta graus, a minha volta, tudo queima; agora [...]

Saturday, March 10, 2007

monocromatic;

'então agora sigo por um caminho de pedras, pretas e brancas, como no meu mundo monocromático você estava acostumado a ver. no suave balanço eu continuo, onde as flores dançam e as árvores cantam, ao ritmo do som do fracasso.
'abutres ao alto, me rodeiam a espreita de um deslize, de mais uma falha entre as tantas outras que já cometi, entre os inúmeros tombos que cai; então me levanto.
não, não me espere para o jantar, a partir dessa noite, nossos mundos seguiram por traços opostos, nossos olhos enxergaram novos horizontes, como nas clichês histórias encapadas em duro papel vermelho.
'respirando como de costume, eu vou em frente, contrariando todas as letras jogadas acima, eu te peço: vem comigo?

Tuesday, March 06, 2007

bitersweet;

piscando os olhos como quem não quer ver,
balançando a cabeça como quem simplesmente não concorda;
apontando agora os ouvidos para apenas o que se quer ouvir, pois chegou a hora de se recompor. se.
regurgitadas meias palavras de emoção, raiva, compaixão; pregadas sob o ardor de quatro paredes, onde hoje se fazem abertas para que entre o som, para que se mostre a verdadeira face, a verdadeira questão.
ouça! agora nem tudo parece mais fácil, viver em súbitos segundos mostra-se como um sonho, minha cabeça já fora mais ágil, não tão frágil, na medida menos simples que eu puder.
sinta! O balanço agridoce dessa sinfonia; ela está viva e caminha pelo trajeto habitual, como quem, algo ou alguém lúcido, costuma fazer; entreter.
grite! no ritmo, agora tudo parece mais calmo, pulando as pegadas marcadas e deixando as novas como história. não, não gabe-se; lutamos, nem tantos motivos para glória; cantamos.
meras palavras jogadas no papel. olá! me chamo vento. me chamo vida. me chamo medo;
me chame de seu, apenas seu.